*Mário Cezar de Aguiar
Ao longo de sua história, o Oeste de Santa Catarina sempre enfrentou muitas adversidades para seu desenvolvimento econômico e social. Distante dos centros consumidores, com infraestrutura de transporte e de energia cronicamente precárias, a região teve que vencer uma infinidade de obstáculos para, sob a liderança de visionários empreendedores, construir uma agroindústria modelo no Brasil e no mundo. Outros setores prosperaram na região, como é o caso de móveis, madeira e construção, contribuindo para que Santa Catarina alcançasse um crescimento econômico diversificado e equitativamente distribuído entre suas regiões.
Ao instalarmos a diretoria da Fiesc por uma semana no Oeste catarinense, pudemos nos aproximar mais, dialogar e conhecer mais profundamente os desafios enfrentados. Ainda que a qualidade e a produtividade das indústrias sejam de padrão internacional, existem problemas que comprometem o bom desempenho da região numa economia globalizada e cada vez mais competitiva. A precariedade dos transportes prejudica o escoamento da produção, os deslocamentos internos e a chegada de grãos, essenciais para a cadeia agroindustrial. Nas reuniões, também ouvimos relatos preocupantes de problemas de confiabilidade no abastecimento de energia, com interrupções severas e frequentes, que trazem desafios a setores como o de alimentos.
Apesar dos entraves, nenhuma indústria que visitamos fez menção à crise, e diversas crescem a taxas anuais de 30%. É essa determinação em transpor qualquer obstáculo que explica porque a região se desenvolve, mesmo em cenários adversos. Em suma, a região oferece uma importante contribuição à geração de riquezas ao Estado e ao País, mas se tiver mais atenção, pode fazer muito mais. Portanto, além de ser uma questão de justiça, investir no Oeste é estratégico para manter o equilíbrio do desenvolvimento regional do Estado e a qualidade de vida dos catarinenses.
*Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc)
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